quarta-feira, 10 de março de 2010

Conselho aos calouros


                Os resultados dos vestibulares pelo Brasil estão se revelando, alguns dedicados e/ou sortudos vão se tornar calouros e seguir os passos das faculdades que escolheram para construir uma carreira. São anos de estudos para chegar ao grau superior do ensino e por isso merece ser comemorada com louvor.
                Alguns desses “bichos” são ainda crianças, outros já experientes na escola da vida, mas todos adentram um mundo libertário de comportamento. Na maioria das vezes é a primeira oportunidade de estar longe da família, ou mais perto da tentativa de seguir o próprio rumo. Essa soma de sentimentos, liberdade, felicidade e conquista, transforma a “época da faculdade” em um caminho de vertentes infinitas. Mesmo que tenhamos já definido o comportamento a seguirmos, vindos da própria educação.
                Quando chegar as construções desse mundo enigmático que se chama ensino superior, nota-se o inflar dos pretendentes, começa ali a fase do “achismo”, da certeza embasada. Tudo que antes era errado se torna pensável, e tudo que era pensável se torna executável. Os discursos são os mesmos, que está tudo sobre controle e que nada vai mudar, mas basta algumas festas e companhias que a coisa vai se desvirtuando. Claro que existem todas as exceções possíveis, e pessoas dedicadas, o que vem ao caso são os que não sabem desse limite que ganharam.
                O cartão de visitas geralmente são os trotes, que já figura o movimento sem lei. Depois surgem as festas e ao desenrolar os sonhos imediatos. Se morar longe da família então, seja o que Deus quiser. E é Dele que as pessoas mais esquecem quando adquirem o conhecimento cientifico, pois tudo que agora é comprovado por citações e teóricos, já se torna mais interessante do que os ensinamentos espirituais que foram obrigados a estudar na infância.
                Pais e familiares se tornam muito importantes, quando a saudade aperta. Mas a intolerância também começa a florescer no coração de quem se “acha” melhor, mais adulto, mais preparado para discutir com outro ser humano. É um engrandecimento de sonhos, fortalecimento de questionamentos e em alguns casos um passo em falso no precipício.
                Pode até parecer um terrorismo a uma fase tão importante da vida, mas pouco do que foi relatado aqui foi vivenciado. Alguns momentos pela testemunha ocular, outras pela própria experiência. A diferença entre saber o que fazer e o que deixar de viver é exatamente a capacidade de criar o pensamento critico, algo que aprendi pelos próprios corredores da faculdade. É dessa maneira, adquirindo conhecimento, que espero dos novos calouros mais sensibilidade na abertura das portas do entendimento.
                A dedicação não vai estar apenas nas notas, mas também no comportamento que vai formar um adulto. Estar no ensino superior não é ser melhor que ninguém, mas sim estar subindo pelas escadas de um coreto bem alto, capaz de te fazer observar a movimentação da sociedade lá em baixo, dando competência a definir os melhores rumos no grande formigueiro que vivemos. Os parágrafos acima não são para causar sensacionalismo, mas sim para que os cabeças fracas não pulem lá do alto do coreto, aliás, isso dispersa o ritmo de todos.

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