segunda-feira, 22 de março de 2010

"Suicídio dos Nardoni"



            O caso Nardoni volta as manchetes depois de dois anos do acontecimento. Agora o que está em pauta é o inicio do julgamento e quem sabe uma reviravolta do caso. Se você ligar a TV nesse exato momento vai saber que no fórum de Santana, na cidade de São Paulo, o foco de uma novela que está a mais tempo no ar do que Irmãos Coragem. Dizem por ai que o negócio vai ser o mais representativo julgamento dos últimos anos. Na verdade discordo, pois acho que Odete Roitman foi o estilo criminalístico mais marcante até hoje.
            Como todos nós somos bons treinadores de futebol, roteiristas de novelas, defensores públicos e de acusação, vou analisar o que esse caso da menina Isabela vai surtir efeito. A revolta já está instaurada, o senso comum se pudesse já tinha mandado o casal para a forca há muito tempo. Mas depois de compreender as massantes noticias de quantas garrafinhas d água vão estar disponíveis no julgamento, noto que existe uma possibilidade do casal sair ileso dessa acusação. Uma vez que o promotor tem em mãos o trunfo dos laudos da Policia Científica de São Paulo, mas nenhum deles tem como conclusão algo descrito “caso afirmado”, ou seja, todos eles são suposições e não conseguem definir se realmente o sangue encontrado no carro, ou na casa, seja um ferimento no dia do acontecimento. Pode parecer apenas um detalhe, mas para o mundo do Direito, qualquer prova concreta é decisória.
            Queria que a equipe do CSI:Miami estivesse nesse caso, para evitar algum tipo de injustiça. Aliás, essa palavra é tão falada e nunca vamos entender o sentido do antônimo - Justiça. Será que um pai e uma madrasta, recheada de fotos sorrindo e de um passeio divertido captado por câmeras do supermercado, iria realmente jogar uma menina pela janela? Se realmente isso foi feito, tenho dó deles, porque um dia eu pulei um muro quando criança e fui à casa do vizinho, lá tinha uma galinha e um monte de pintinhos, pisei em 3 deles, na maldade mesmo. Não tive nenhum julgamento televisionado, mas até hoje convivo com essa culpa, imagina a cabeça desses dois então

quarta-feira, 17 de março de 2010

Temor a falsos deuses


           Ontem fui assaltado, perdi objetos pessoais, fui humilhado. Pior do que a minha sensação de derrotado, deve estar a cabeça de quem me fez essa atrocidade.
            O olhar de ódio, de último segundo, é a única coisa que posso me recordar desse fato.

            Gostaria de entender o motivo de tanto rancor nos olhos de duas crianças. Talvez eu estivesse vestindo roupas completas, enquanto eles, apenas trapos.
            Fui vítima da conseqüência de programas de governo inoperantes, da falta de educação, da ausência de oportunidade.
            Por um instante, achei que iria morrer, assim como um bife é partido para o almoço. Bife? Almoço?, essas pessoas não sabem o que é comer, se eu tivesse um chocolate no bolso, com certeza, eu conseguiria negociar minha vida por esse doce, de tamanha ignorância que nosso Brasil juvenil está passando.
            Conseguistes deitar em  paz na consciência? Não posso afirmar se teve uma boa noite de sono, pois talvez nem cama tenha e travesseiro seja acessório de luxo.
            Estive na hora errada, no lugar errado, com a cara limpa de sempre. Perdi coisas de valor, perdi a paz momentânea, perdi, e afirmo, não foi só eu quem perdeu.
            Que Deus tenha compaixão dessas pessoas, pois infelizmente a justiça não será feita pelas minhas mãos, já que, estou ocupado demais, estudando, trabalhando, comendo. Enquanto eles, devem estar fora da escola procurando outro jeito fácil de vencer essa luta de vida.
            Enquanto jovens usam da força medieval para suprir suas necessidades, eu me volto ao refúgio de viver, sob chaves, trancas e alarmes, sem perspectiva de ver o movimento da rua, pois lá fora, parece que nem Deus sabe mais o que faz.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Tensão Pré Manhã

O casal começa um diálogo matinal.

H - Bom dia querida. Que dia lindo hoje.

H - Querida? Aconteceu alguma coisa? Porque essa carinha fechada.

M - Nada.

M - Quer que eu prepare um café da manhã pra você?

H - Docinhooooo, estou falando com você.

 M – Me deixa quieta, tem como?

Cozinha

H - Vou preparar um suco de laranja e um mexido de ovos para começar o dia 100% energia.

H - Deixa eu ver as notícias de hoje no jornal, hum, tem rodada do brasileiro nessa semana. Beleza.

M - Eu sabia, você está ai no bem bom, nem um pão com manteiga preparou pra mim, seu egoísta.

H - Mas meu bem, perguntei se você queria, mas você não disse nada.

M- É sempre assim,  faz mais de dois anos que você não me dá flores. Aiiii que raiva, você faz muito barulho quando come. E para de fazer essa cara de quem não está entendendo nada.

H-  Sabe de uma coisa, vou me vestir e ir trabalhar, você está doida.

No quarto de volta.

M- Me desculpa amor, estou nervosa, eu te amo, não fica bravo comigo. Ta

H- Tudo bem. Acho que você precisa de um jantar romântico hoje a noite, vamos?

M- Hummmm, quero.

H – Daí você coloca aquela lingerie vermelha que você tem.

M-  Ta vendo, vocês homens são todos iguais, insensível, só pensam nisso. Ai que ódio.

H- Deus me ajude a entender essa mulher. Sou mais uma vítima dos ovários dela.

M- Aaaaaaaaaaahh, para de falar assim da minha TPM, seu grosso.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Elas são eles ou eles são elas.

               Parece que o discurso da diversidade sexual está engajado. Há algum tempo é fácil notar a inserção de debates e personagens homossexuais (ou não) na TV brasileira. Todo mundo que tem algum senso de informação tem como exemplo atual os personagens do BBB10, que figuraram os “coloridos”. A apresentação de pessoas marginalizadas perante a sociedade é uma receita de inclusão, talvez uma maneira sutil de tornar familiar a diferença. Estamos mais próximos de uma conscientização ou essa tendência está invadindo o que antes era restrito? Para alguns o discurso de defesa pode ser gratificante, mas para a maioria se torna discussão.
              A maneira mais inteligente de entender essa estratégia não é a de reprimir, isso é evidente, mas sim procurar compreender os benefícios que essa inclusão pode ter. Porque existe essa diferença toda? Se já vimos há alguns séculos que diferenciar seres humanos foi a maneira mais idiota de atrasar o convívio.
Senhores e servos, índios e colonizadores, brancos e negros, clero e nós, homens e mulheres, homo e heteros, EUA e Cuba (agora é o Irã). Que mania de dividir tudo, de colocar uma parede imaginária no que está muito próximo. Pode ser que a ideia de união seja muito radical, aliás, as diferenças realmente definem a cultura de um povo. O que não faz as peças se encaixarem nessa exclusão é a ignorância, quando não se respeita o próximo, um principio básico ensinado por mestres que atendem por nomes de Jesus, Ghandi, Madre Teresa, Dalai Lama, Michel Jackson e outros por ai.
               Todo esse discurso que me trouxe hoje aqui é apenas para dividir uma coisa que descobri com os novos personagens da TV. Em nenhuma momento oportuno da humanidade é capaz de esclarecer o que virá pela frente, quais serão as novas divisões, mas sim sempre surgirá o novo. Isso alimenta aqueles que querem detalhar e encontrar saídas para medidas absurdas. Judeus que sofrem hoje, não sofreriam caso tivéssemos a consciência de como somos todos perfeitos, não apenas os arianos. Isso vale para gregos e troianos, palestinos, árabes, Hugo Chávez, irmãos mais novos, sem terra e outros que se sentem divididos.
                 O que eu descobri hoje é que além dos nomes pejorativos viadinho, marica, boiola, morde fronha, os homossexuais tem um complexo de definições que não cabem em um único texto. E daí a importância de deixar a ignorância de lado e procurar entender o que leva as pessoas a serem diferentes na igualdade carnal. Mas vou apresentar um tópico para quem quiser procurar mais, trata-se dos Crossdresser (no meu melhor inglês, “Vestir-se ao contrário”). O termo "Crossdresser" foi importado para o Brasil em 1997. Nos Estados Unidos e Europa este termo é muito comumente utilizado e ajuda a diferenciar a fantasia de usar roupas do sexo oposto das opções sexuais de cada um. Realmente não é tão simples explicar o que significa o crossdressing já que existem diversas teorias e estudos sobre o assunto, mas geralmente confundidas com as travestis ou com as drag queens, em virtude do fator comum que é o uso de roupas femininas, as CD´s, entretanto apesar de todas as afinidades, possuem características próprias e intransferíveis, relacionadas diretamente com o trânsito possível entre os universos masculino e feminino.
               O que fica difícil no momento é saber se aquela pessoa que encontro na rua é um ou outro (ou outra). Quem sabe depois que as pessoas aceitarem os marginalizados, possamos agrupar uma definição e desistir de tantos termos. Por enquanto, proponho o entendimento, aliás, ninguém sabe o que um filho será amanhã.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Vai entender o futebol

   Já fui logo avisando que não contasse comigo no domingo passado porque era a terceira rodada da Copa do Brasil, importantíssima.
- Mas o campeonato já não acabou? Eu vi na televisão a festa do campeão.
- Não o que acabou foi a primeira fase do campeonato estadual, o Botafogo, ganhou a Taça Guanabara, venceu o Fluminense e foi para as cabeças.
- Foi para onde? Eu estou falando de um time preto e branco.
- Corinthians.
- Tem Gama? Não, é um de São Paulo.
- Ah, o Conrinthians. Ele foi campeão ano passado e é líder esse ano.
Ela pensou um pouco.
- Então por que ainda tem jogo?
- É que é por pontos corridos.
- O que é isso?
- Quem faz mais pontos ganha, não viu o Flamengo no brasileiro?
- Mas não foi o Corinthians que ganhou?
- Esquece
- Não, é que eu quero entender. Sempre foi assim? Já tem campeão e o campeonato continua?
- Meu anjo, é que tem que começar outro campeonato, no brasileiro e ainda têm vários jogos para classificar cinco na Taça Libertadores, que é um campeonato sul-americano.
- Mas o Sul-Americano já não acabou? O Internacional ganho outro dia? - Você ficou aí assistindo até meia-noite e meia. Vê se isso é hora de jogar futebol. Foi sempre assim? Há essa hora?
- Não, é outro campeonato sul-americano. Outro.
- Quer dizer que têm dois campeonatos sul-americanos? Por quê? Sempre foi assim?
Eu não sabia o porquê, então mudo de assunto
- Além do mais, existem outros campeonatos que decidem quem vai cai para a série B. Série B é aquela que o Vasco já foi campeão.
- Mas você disse que foi outro campeão em São Paulo da série A e tem série B. Sempre foi assim? Quantas divisões têm?
- Olha, antigamente era primeira divisão, segunda divisão, terceira divisão. Agora, é série A, série B, série C. Sei que é um pouco complicado. O Tupi, por exemplo, disputa a C-1. Entendeu?
- Parece resposta de teste de revista. Sempre foi assim? E quem vai cair para a série B, ou segunda divisão (viu como eu entendi?)?
- Pois então, já foi decidido e nesse ano tem que esperar o campeão.
- Como assim, você disse que já tem o campeão, aliás, um monte ai!
- Esquece.
- Assim, o campeão da segunda divisão, depois vai jogar com o Flamengo campeão da primeira divisão, para ver qual é a melhor divisão?
- Eu tentando manter a calma.
- Mas o Palmeiras não era da primeira divisão? Devia jogar agora com Cruzeiro que também é campeão, você não acha? E o Fla-Flu ainda existe?
- Existe, existe.
- Eu acho que não. Porque outro dia eu o vi na televisão o Galvão Bueno explicando que, se o Flamengo ganhasse de não sei quem, e o Fluminense perdesse de não sei quem, o Fluminense chegaria a final. Por que não joga então direto o Flamengo contra o Fluminense.
- Ai, ai.
- Peguei a classificação para tentar explicar a situação para ela. Ela ficou olhando a tabela atentamente. Achei que ela havia entendido tudo, finalmente.
- Que lindo que é a classificação agora! O que é esse monte de asteriscos? Olha que bonitinho. Foi sempre assim? Olha este, que gracinha, tem três asteriscos. São medalhas? O Ipatinga. É do Paraguai?
- E eu concluí que não é a mulher brasileira que é confusa. É o futebol brasileiro mesmo. E sempre foi assim.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Conselho aos calouros


                Os resultados dos vestibulares pelo Brasil estão se revelando, alguns dedicados e/ou sortudos vão se tornar calouros e seguir os passos das faculdades que escolheram para construir uma carreira. São anos de estudos para chegar ao grau superior do ensino e por isso merece ser comemorada com louvor.
                Alguns desses “bichos” são ainda crianças, outros já experientes na escola da vida, mas todos adentram um mundo libertário de comportamento. Na maioria das vezes é a primeira oportunidade de estar longe da família, ou mais perto da tentativa de seguir o próprio rumo. Essa soma de sentimentos, liberdade, felicidade e conquista, transforma a “época da faculdade” em um caminho de vertentes infinitas. Mesmo que tenhamos já definido o comportamento a seguirmos, vindos da própria educação.
                Quando chegar as construções desse mundo enigmático que se chama ensino superior, nota-se o inflar dos pretendentes, começa ali a fase do “achismo”, da certeza embasada. Tudo que antes era errado se torna pensável, e tudo que era pensável se torna executável. Os discursos são os mesmos, que está tudo sobre controle e que nada vai mudar, mas basta algumas festas e companhias que a coisa vai se desvirtuando. Claro que existem todas as exceções possíveis, e pessoas dedicadas, o que vem ao caso são os que não sabem desse limite que ganharam.
                O cartão de visitas geralmente são os trotes, que já figura o movimento sem lei. Depois surgem as festas e ao desenrolar os sonhos imediatos. Se morar longe da família então, seja o que Deus quiser. E é Dele que as pessoas mais esquecem quando adquirem o conhecimento cientifico, pois tudo que agora é comprovado por citações e teóricos, já se torna mais interessante do que os ensinamentos espirituais que foram obrigados a estudar na infância.
                Pais e familiares se tornam muito importantes, quando a saudade aperta. Mas a intolerância também começa a florescer no coração de quem se “acha” melhor, mais adulto, mais preparado para discutir com outro ser humano. É um engrandecimento de sonhos, fortalecimento de questionamentos e em alguns casos um passo em falso no precipício.
                Pode até parecer um terrorismo a uma fase tão importante da vida, mas pouco do que foi relatado aqui foi vivenciado. Alguns momentos pela testemunha ocular, outras pela própria experiência. A diferença entre saber o que fazer e o que deixar de viver é exatamente a capacidade de criar o pensamento critico, algo que aprendi pelos próprios corredores da faculdade. É dessa maneira, adquirindo conhecimento, que espero dos novos calouros mais sensibilidade na abertura das portas do entendimento.
                A dedicação não vai estar apenas nas notas, mas também no comportamento que vai formar um adulto. Estar no ensino superior não é ser melhor que ninguém, mas sim estar subindo pelas escadas de um coreto bem alto, capaz de te fazer observar a movimentação da sociedade lá em baixo, dando competência a definir os melhores rumos no grande formigueiro que vivemos. Os parágrafos acima não são para causar sensacionalismo, mas sim para que os cabeças fracas não pulem lá do alto do coreto, aliás, isso dispersa o ritmo de todos.

terça-feira, 9 de março de 2010

Futurista do hoje


            Reduziram os espaços de brincar, ganhamos telas que expandem o mundo, atrofiaram os livros, globalizaram a língua. A evolução do homem estacionou, temos menos pelos por culpa do clima descontrolado, os sisos não crescem mais, as bolinhas de gude já não estalam entre os dedos, esqueceram as figurinhas de posto. Cadê as bonecas com cara de bonecas?, porquê a Barbie tem cara redonda hoje, e o eterno príncipe nunca chega, apenas tecla.
            Estamos ficando velhos, ficando obsoletos as novas tecnologias, perdendo o espaço e ganhando o virtual. Um espirro aqui é assunto de um blog ali, uma mancada aqui é comentado num twiter lá.
            Imediatismo, gerando sensacionalismo; já não encontro pequenos folheando gibis da Mônica, apenas rindo de mais uma charge no começo de um jornal. Da simplicidade só nos restou nos pedidos pelo telefone de um lanche do McDonalds, praticidade é não sair de casa para abraçar um amigo. Calor? Temos ar condicionado. Frio? Temos o descaso de deixar alguém morrer nas ruas. Fome? Deve existir, e as necessidades? Não comento, não tenho mais tempo.
            Ser encontrado é fácil, celular, pager, quem sabe chips implantados, mas e encontrar a si mesmo, ficou em segundo plano. Chegou a ponto de propagandas ensinarem a sermos mais educados, esqueceram o "obrigado", desistiram do "de nada" .
            Vitrolinhas modernas, com milhares de MP3 para galera curtir, cabelos de várias cores e formas, roupas ditam seu padrão, seu dia a dia, não ame mais, ninguém te ama quando você não usa um Nike.
            Desistir de viver, nunca; é o que resta para ser vivida, Deus pode ter terceirizado a criação das pessoas, pode ter informatizado o processo de anjos, mas ainda olha por nós. Alias, olhe a sua volta, abaixe, fuja das balas perdidas, de adeus ao seu sossego, mas não deixe de respeitar seu próximo. Por mais que você tenha que escolher entre proibir ou não o uso de uma arma, lembre-se que Jaspion usava uma pistola de raio laser, e nem por isso você está dando tiros por ai.
            Surge a dúvida, He-Man seria homossexual?, Shirra era lésbica? Ou seria o garotão de Glayscow transvestido de gostosa da bondade?! Putz. Esquecemos de ver as pessoas pelo que são, e as julgamos antes de qualquer reação. Dinheiro é tudo, bondade não é quase nada, andam premiando as pessoas que fazem bons atos, de tão poucos que se tornaram.
            Sinto muito lhe dizer, tive infância, tive adolescência, mas a vida adulta não se tem mais, o que se tem é o sonho de ter casa própria, é a vontade de não entrar para o SPC, é desejar um automóvel mais potente que o do vizinho, é chorar por uma traição, seja ela, amorosa ou política.
            Abriremos uma CPI, do fim do mundo, tomara que acabe em pizza, não quero o fim de tudo isso que foi criado em 7 dias, em meados de dois mil e tantos anos.
Respiro fundo, quase engasgo com o cheiro de cigarro, abro bem os olhos e doem pela luminosidade da tela. Estou vivo, mesmo indagando a vida, posso agir, posso sorrir, posso assistir TV.
            Boa ideia, vou para aquele ecrã, cheio de coisinhas bonitinhas, e me tornando um ser sem reflexão do que fui, do que sou e do que talvez não consiga ser, já que tenho câncer, o mal do século.